Como se faz um(a) participante do Projeto Caverna – Geoturismo e Roteiros Pedagógicos.
Apesar das aparências, ser participante do projeto Caverna não é um processo automático. Não ocorre gratuitamente, mas depende da estratégia de vida de cada um. Na verdade, é uma oportunidade para levar uma existência mais significativa e para auto educar-nos, lembrando que, queiramos ou não, estamos sempre num processo de transformação permanente.
O Projeto Caverna – Geoturismo e Roteiros Pedagógicos é um projeto que não se limita apenas ao grupo dos participantes, mas à comunidade dos Campos Gerais e a todos que solicitarem nossas atividades.
“Um projeto respeitado e eficaz necessita gente ativa e que tenha convicção do que está fazendo”. Mas isto não se consegue de um dia para outro.
Qualquer que seja o projeto, ele é um processo contínuo de permanente construção e avaliação, ainda estamos construindo as bases do projeto, infra-estrutura e principalmente da equipe.
Tudo que construirmos será resultado das nossas convicções. Não adianta possuir uma grande estrutura se não temos convicção do que estamos realizando.
Ser membro do Projeto Caverna é responsabilizar-se também por cada um dos participantes, pois você é um exemplo para todos.
Por isso, sugerimos algumas qualidades que devemos praticar para que possamos trabalhar como grupo, equipe e amigos(as).
1o – SENSO DE RESPONSABILIDADE
A sociedade atual, alienante, nos educa para não possuirmos senso de responsabilidade. Governo corrupto?
Descalabro administrativo? Políticos mentirosos? Dependência econômica do exterior? Extinção da fauna e flora? Aquecimento Global? Transgênicos? Cada uma destas perguntas é respondida do mesmo jeito: não tenho nada com isto, não é responsabilidade minha. Ao contrário, a sociedade atual ensina que devemos usar o senso de responsabilidade apenas para acomodar-nos e procurar dinheiro dentro das estruturas vigentes, que questionar seria dispensável.
Por isto, o senso de responsabilidade pela educação, pelo ambiente natural equilibrado, pelo desenvolvimento sustentável, pela humanização das relações, pela ética, pelo resultado vitorioso do nosso projeto, deve, ou pode, quem sabe, vir em primeiro lugar entre as qualidades que leva, diretamente, ao sucesso. Devemos nos sentir responsáveis pelo sucesso.
O senso de responsabilidade diante do coletivo é uma das coisas mais importantes que o “sistema” tenta nos roubar e, que devemos recuperar com todo o nosso poder pessoal.
2o – PREPARO INTELECTUAL
As leituras aprofundam nossa consciência dos problemas. Ler, meditar, parar para pensar direito as coisas, eis algo que também está sendo expropriado, roubado de nós pelo sistema cultural vigente. A fragmentação das idéias, das atividades, a aceleração divergente de atividades nos leva a não pensar nem ler. Mas é indispensável que leiamos se quisermos ter combustível, não para a largada, mas para a chegada. O membro do Projeto Caverna tem que ser o melhor na sua área, e conhecer um pouco das outras. A ordenação e a profundidade da idéias que possuo têm muitíssimo a ver com a minha capacidade de transmitir estas idéias para outras pessoas. E ser participante do Projeto Caverna não é apenas transmitir informações, mas também idéias que criamos, transformamos, e, sobretudo, vivemos. Ler, escrever, falar claramente o que se pensa aos(as) amigos(as) valem mais que assistir a mil cursos e palestras, com milhares de horas aula. Só o auto aprendizado é definitivo e criativo.
3o – HUMILDADE
Tanto o senso de responsabilidade como o preparo intelectual, podem fazer a gente sentir-se auto-importante, isto é importante em si mesmo. Ninguém é importante em si mesmo. Ninguém é insubstituível. Só se é importante na medida em que se servir aos outros. Quando lutar por uma causa nobre se transforma em algo que fica a serviço da vaidade e/ou do orgulho, os frutos do trabalho virão todos, ou quase todos, podres. Se vierem. Portanto a humildade é um patrimônio inalienável e essencial que a gente tem, e que precisa andar lado a lado com o senso de responsabilidade. Humildade sem senso de responsabilidade leva a uma prática inexpressiva ou a nenhuma prática. Porque a pessoa não se dá valor. Senso de responsabilidade sem humildade leva a uma auto-importância que é outro extremo.
Mas uma pessoa que tem coragem de se sentir responsável e é humilde, sabe ser duro com os poderosos e simples com os fracos. Não esconde, mas mostra seus erros autocriticamente, para corrigir suas falhas. Senso de responsabilidade ao lado e junto com a simplicidade interior é uma chave para o sucesso.
4o – CONSTÂNCIA
As coisas definitivas costumam surgir gradualmente, e não sem dificuldades. As dificuldades devem ser encaradas como experiências para fortalecer o grupo, nunca para dividi-lo. É aí que podemos identificar os vitoriosos, os idealistas, os profissionais, os corajosos, os companheiros, os verdadeiros amigos. Isto significa constância. Ter paciência com os momentos difíceis em que o nosso esforço duro não tem qualquer compensação visível, qualquer resultado observável. Do mesmo jeito, quando plantarmos uma semente, passamos muitos dias sem ver o resultado e pode ser até que não haja resultado numa cova particular. É preciso dar tempo ao tempo e, enquanto isto, plantar mais. Sempre. A verdade é que não basta fazer um esforço intenso, mas é preciso fazer um esforço constante, para que haja realmente frutos. Porque os frutos são resultados da média, da resultante, e não dos extremos. Devemos lutar para que a média seja a mais alta possível, claro. Mas a constância é o fio condutor que une os diferentes momentos da nossa vivência em grupo.
Constância é outra das qualidades humanas prejudicadas pela cultura atual, que nos ensina a pular de galho em galho, e disfarça a falta total de conteúdos humanos da vida com a oferta incessante de novidades, todas fraudulentas e sem significado duradouro. A constância, pelo seu caráter duradouro, leva a aprofundar a consciência, a vida e, no nosso caso a ação.
5o – FLEXIBILIDADE
A flexibilidade dá a capacidade de aprender, de mudar. Precisa andar junto com a constância. Devemos ser constantes e flexíveis. Flexibilidade externa,constância interna. A força interior anda junto com a flexibilidade exterior.
Devemos estar prontos a mudar nossos pontos de vista sobre questões práticas e isto só
a constância na busca dos objetivos mais importantes é que possibilita.
Flexibilidade significa andar sempre de olhos abertos e não querer encaixar fatos novos à força em teorias ou pontos de vista velhos, com os quais estamos acostumados. Significa aceitar coisas em hipóteses e depois testar as hipóteses com critérios práticos e uma paciência científica. Ser flexível implica em que a constância não está no que se diz, mas no que se busca, sobretudo.
6o – OTIMISMO
A capacidade de vencer, o apetite pela vitória o entusiasmo são indispensáveis para o avanço do Projeto Caverna, do participante como estudante e como pessoa.
Já ganhamos e perdemos batalhas, faz parte da nossa vida. Agora, precisamos ganhar, e precisamos que nossas vitórias sejam sempre maiores, e precisamos ter um apetite cada vez maior para vencer a medida em que nos unimos para atingir nossos objetivos. Temos tudo a nosso favor. Nossa situação objetiva leva ao otimismo. O sentimento de vitória é patrimônio inalienável, faz parte dos nossos móveis e equipamentos. Que nos falte tudo, mas que não falte otimismo e confiança. Sem eles, não seríamos capazes de chegar até aqui. Todas as dificuldades que estão aí são para ensinar-nos a ter uma vitória profunda e duradoura.
7o – EMOÇÃO E AFETO
O sétimo ponto dispensaria comentários, porque não se faz nada sem amor, e sem ele não pode haver nenhuma qualidade humana. Mas nunca é demais colocar que só podemos atuar por amor ao que nós acreditamos, com base na nossa amizade, na sinceridade e na nossa união. A amizade e o afeto amigo que permite passar por cima dos nossos defeitos e diferenças, para aprender juntos, uns com os outros.
Aqui estão sete qualidades para refletirmos e praticarmos no processo de construção do PROJETO CAVERNA – GEOTURISMO E ROTEIROS PEDAGÓGICOS.